Patrimônio

MHAB 80 Anos: painel do CAU/MG destaca políticas de acervos arquitetônicos

No dia 23 de novembro, quinta-feira passada, o Museu Histórico Abílio Barreto comemorou seus oitenta anos de existência com o Seminário “MHAB 80 anos”, que contou com a participação de convidados de várias regiões do país e apresentou uma extensa programação, incluindo mesas-redondas, palestras e debates sobre temas como a democratização dos museus, acesso, políticas de acervo e educação museal. O evento foi uma realização da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais.

Os acervos de Arquitetura e Urbanismo representam importantes fontes de inspiração histórica para profissionais dessa área. Além de enriquecer as soluções projetuais, oferecem referências cruciais para a inovação, baseando-se na síntese entre o antigo e o contemporâneo. Esses acervos não são apenas recursos educacionais valiosos, mas também desempenham um papel significativo na preservação do patrimônio, documentando e conservando elementos fundamentais do desenvolvimento arquitetônico e urbanístico. Ao analisar esses registros, os profissionais aprimoram suas habilidades e compreensão, bem como acessam informações sobre modos de trabalho precedentes. Essa conexão entre passado, presente e futuro é essencial para manter a evolução responsável da disciplina, garantindo que as lições do passado continuem a inspirar e informar as práticas contemporâneas e futuras.

 

Acervos arquitetônicos

Abrindo o painel do CAU/MG, a primeira apresentação contou com a participação dos convidados do CAU Rio Grande do Sul, o conselheiro estadual Fábio Müller, a conselheira estadual Márcia Martins, e a secretária geral Josiane Bernardi, que trouxeram a experiência do Centro de Memória do CAU/RS. O projeto nasceu com a entrega de cerca de 2.200 caixas de documentos dos primeiros arquitetos construtores vindos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-RS), em 2015.

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Josiane Bernardi, Fábio Müller e Márcia Martins, do CAU/RS

O acervo arquivístico, museólogico e bibliográfico, que data de 1890 a 1950, é composto por pranchas de projetos, livros, registros, diplomas, dentre outras comprovações de capacidade técnica de profissionais de Arquitetura e Urbanismo que atuaram no Rio Grande do Sul. Para gerir e interagir com esse importante patrimônio histórico, o CAU/RS desempenha um trabalho multidisciplinar, que conta com as contribuições de arquivistas, bibliotecários(as) e museólogos(as), além de arquitetos(as) e urbanistas.

O trabalho pioneiro apresentado coloca o CAU como agente fundamental na construção por políticas nacional de salvaguarda desse importante patrimônio.

Clique aqui para fazer o download da apresentação do CAU/RS.

 

Política nacional

A segunda exposição do painel ficou a cargo do arquiteto e urbanista, Danilo Matoso, representante da Câmara dos Deputados e do Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro. Danilo apresentou a vivência do Acervo da Câmara dos Deputados como base para a discussão acerca de uma proposta de política nacional de acervos. O profissional possui importante trabalho na preservação de documentos históricos de grande valor para a história da arquitetura e urbanismo brasileiros.

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Danilo Matoso

O arquiteto destaca a importância da preservação do patrimônio histórico para o progresso nacional e ressalta o empenho das 26 entidades participantes do Fórum em estabelecer uma política nacional de acervos. Essa política visa incluir um cadastro nacional de entidades e a implementação de um sistema nacional voltado para incentivar tanto a gestão e preservação quanto o acesso aos acervos.

Clique aqui para fazer o download da apresentação de Danilo Matoso.

 

Assista na íntegra

 

Confira também os outros painéis do Seminário MHAB 80 anos.

 

80 anos do MHAB

Fonte: PBH

Situado no Bairro Cidade Jardim, o conjunto arquitetônico do MHAB compreende o Casarão secular construído no século XIX, sede da antiga Fazenda do Leitão, o Edifício-sede, inaugurado em dezembro de 1998, o palco ao ar livre e os jardins concebidos como local de educação e lazer. Na área externa, estão em exposição permanente os acervos de grande porte. O acervo do MHAB é composto por cerca de 78 mil itens, divididos de acordo com os suportes: tridimensional, textual, iconográfico, bibliográfico e fotográfico. Esses objetos foram coletados ao longo dos anos, de acordo com as linhas de recolhimento estabelecidas por orientação dos gestores da instituição e, desde 2003, pela Comissão estabelecida para pensar a ampliação dos objetos colecionados pelo Museu.

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Foto Ricardo Laf/ PBH

O Museu oferece aos visitantes exposições de longa, média e curta duração que retratam diferentes aspectos da história de Belo Horizonte, atividades de educação museal e atividades de difusão cultural, reafirmando seu papel como lugar de disseminação e valorização da produção cultural local. O Museu Histórico Abílio Barreto constitui, preserva, pesquisa e comunica acervos históricos, toma a dinâmica urbana como objeto de investigação e promove o acesso do público aos bens culturais.

Para celebrar os 80 anos do MHAB foi inaugurada, em maio de 2023, a exposição “Belo Horizonte Fora dos Planos”, que tem curadoria dos historiadores Carolina Marotta Capanema e Raphael Rajão Ribeiro. A exposição propõe olhar a história do município a partir de um ponto de vista diferenciado, para além do mito da nova capital como cidade planejada, propondo uma reflexão sobre as formas de vida que foram “apagadas” ao longo da história, a exemplo de resquícios do Arraial do Curral Del Rei ou elementos naturais como riachos e córregos removidos da paisagem ao longo dos anos. Estão em exposição registros de um cotidiano que sobreviveu ao processo de construção da nova capital de Minas Gerais.

Também encontra-se aberta à visitação, no Casarão do MHAB, a exposição “Complexa Cidade”, de curadoria de Letícia Julião, que foi concebida diante do desafio de abordar aspectos da cidade na narrativa expositiva. Ao longo do percurso, dois circuitos de visitação simultâneos e complementares articulam a casa e a rua, como dimensões privada e pública da cidade, em suas complexas relações de oposição e reciprocidade. Por meio de objetos, vestígios arqueológicos, mapas, fotografias, pinturas e representações literárias, a exposição propõe ao visitante uma reflexão acerca do Casarão e das múltiplas maneiras de se ocupar a cidade.

Conheça o MHAB

 

2 respostas

  1. Bom dia, Primeiramente parabéns pela iniciativa, mesmo com a divulgação e participação pequenas, vale muito á pena, só ressalto que nestes tempos de muita comunicação e pouco conteúdo, torna-se muito relevante o registro deste tipo de seminário, por mais que tenha sido mais comemorativo que efetivo, registros síntese do que foi apresentado de relevante deveria compor um acervo prático dos conselhos, nestas situações, acervo este que deveria ser de acesso público temático e centralizado no CAU. Trabalhoso? Sim, mas muito útil!
    Obrigado!

    1. Caro Paulo.
      As apresentações dos painelistas, assim como a gravação do evento, estão disponibilizadas na íntegra na nota.
      Assim os interessados podem acessar o conteúdo de sua escolha a qualquer momento.

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