CAU/MG

Manifesto CEAU: Plano Diretor de Belo Horizonte

Plano Diretor de Belo Horizonte

 

Manifesto
PLANO DIRETOR DE BELO HORIZONTE

Colegiado de Entidades Estaduais dos Arquitetos e Urbanistas do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais – CEAU-CAU/MG

 

O Plano Diretor de Belo Horizonte é estabelecido pela Lei 11.181/19 e seus instrumentos pela Lei 11.216/20. Ele foi elaborado através de um processo de construção democrática, iniciado em 2014 através de Conferências Municipais de Políticas Urbanas, aprovado na Câmara Municipal, e com vigência plena de todos seus instrumentos em 05 fevereiro de 2023.

No mês de janeiro de 2023, a Câmara Municipal de Belo Horizonte apresentou 5 Projetos de Lei que propõem alterações no Plano Diretor. No dia 19 de janeiro de 2023 a mesa da Câmara Municipal entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade com pedido de liminar, liminar esta que foi negada. No dia 03 de março de 2023 a prefeitura de Belo Horizonte enviou um Projeto de Lei à Câmara, propondo a redução pela metade do valor da outorga na área interna da Avenida do Contorno, local mais valorizado da cidade.

A situação supracitada tem levantado grande polêmica na sociedade, tendo diversos movimentos populares se posicionado a favor do Plano Diretor e alguns empresários se posicionando contra.

Entre os arquitetos e urbanistas a situação também gera grande preocupação, uma vez que impacta diretamente a atuação profissional e a responsabilidade social da nossa profissão. Sobre a questão, foram publicadas duas notas técnicas que analisaram a situação. A primeira nota técnica foi elaborada por arquitetos, urbanistas, professoras e professores, e concluiu pela manutenção total do Plano Diretor, seus objetivos, diretrizes e instrumentos, incluindo a manutenção do valor da outorga. A segunda nota técnica foi elaborada por arquitetos que fazem parte da rede de escritórios de projetos que atuam no mercado imobiliário e concluiu pela mudança do Plano Diretor e a redução de metade do valor da outorga para os imóveis dentro da Avenida do Contorno.

O Colegiado de Entidades dos Arquitetos e Urbanistas – CEAU/MG é órgão de natureza consultiva do Conselho de Arquitetura e Urbanismo CAU/MG que abriga entidades das diversas modalidades profissionais ligadas à área de Arquitetura e Urbanismo, como: Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (ASBEA-MG); Departamento Minas Gerais do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-MG); Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas de Minas Gerais (SINARQ-MG); e a Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FeNEA). O CEAU/MG tem como atribuição tratar questões do exercício profissional. Entre suas ações permanentes estão: propor e apreciar temas de questões de interesse da profissão e da sociedade; propor e apreciar matérias de caráter legislativo, normativo ou contencioso em tramitação nos órgãos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Os últimos acontecimentos relativos ao Plano Diretor de Belo Horizonte referem-se a matérias de caráter legislativo de interesse da profissão e da sociedade.

Assim, o Colegiado de Entidades dos Arquitetos e Urbanistas – CEAU/MG se vê na responsabilidade de se manifestar sobre a questão, sendo:

 

  1. Qualquer alteração no Plano Diretor, seus objetivos, diretrizes e instrumentos, somente pode ser feita com procedimentos prévios que as legitimam, seja do ponto de vista técnico, seja do ponto de vista democrático.
  2. Os procedimentos prévios que legitimam alterações no Plano Diretor, seus objetivos, diretrizes e instrumentos, estão definidos na Lei Federal 10.257/01, Estatuto da Cidade, nas Constituições do Estado e da República. Esses procedimentos impõem a participação popular como elemento essencial.
  3. A participação popular para questões do Plano Diretor acontece na Conferência Municipal de Política Urbana, definida por Lei Municipal.
  4. Qualquer ação de alteração no Plano Diretor, seus objetivos, diretrizes e instrumentos, fora dos procedimentos legais e democráticos que o legitimam é ilegal e gera inseguraça jurídica.
  5. A insegurança jurídica na política urbana de Belo Horizonte, trazida por tentativas de alterações no Plano Diretor, é extremamente prejudicial à atuação profissional dos arquitetos e urbanistas.

 

Portanto, o Colegiado de Entidades dos Arquitetos e Urbanistas – CEAU/MG entende que as tentativas recentes de alteração do Plano Diretor, seus objetivos, diretrizes e instrumentos, fora dos procedimentos democráticos previstos no Estatuto da Cidade são prejudiciais à política urbana da cidade, a atuação profissional dos arquitetos e urbanistas e por esses motivos as alterações atualmente propostas devem ser rejeitadas e debatidas somente com participação popular na Conferência Municipal de Políticas Urbanas prevista para 2026.

 

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