CAU/MG

CAU/MG promove evento para debater Diversidade e Políticas Públicas

A Comissão Temporária de Equidade e Diversidade do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais – CTED-CAU/MG, realizou encontro com foco nas políticas públicas baseadas na equidade e diversidade

Na noite do dia 10 de maio, quarta, foi realizado um encontro em formato híbrido com a temática “Diversidade, Equidade e Políticas Públicas” na sede do CAU/MG e com transmissão ao vivo para o Youtube. Neste evento, estiveram presentes a Deputada Federal, Dandara Tonantzin (PT/MG), e a Deputada Estadual, Bella Gonçalves (PSOL/MG), além das Arquitetas e Urbanistas, Flávia Nacif, professora na Universidade Federal de São João Del Rei – UFSJ; a presidente do CAU/MG, Edwiges Leal; a conselheira e coordenadora da Comissão Temporária de Equidade e Diversidade – CTED/MG, Luciana Bracarense, além de Josemée Lima, coordenadora da Comissão Temporária de Equidade de Gênero – CTEG-CAU/AL, colaboradora dos trabalhos desenvolvidos pela CTED-CAU/MG desde o início de sua atuação.

 

Diversidade e Políticas Públicas
Mesa de abertura com a presidente do CAU/MG, Edwiges Leal.

 

Para a presidente, Edwiges Leal, a existência da CTED contribui muito para a valorização do exercício profissional, buscando estudar as diferenças sociais que permeiam o campo profissional e estrutural na construção das cidades. Em sua fala, a coordenadora da CTED-CAU/MG, Luciana Bracarense, explicou a respeito da criação da Comissão que, bem como apresentou o trabalho que vem sendo desenvolvido, utilizando como base um diagnóstico desenvolvido que buscou compreender a realidade do Estado de Minas Gerais a partir da realidade dos(as) profissionais arquitetos(as) e urbanistas, bem como nas áreas tratadas pelas profissão, como planejamento urbano, patrimônio cultural habitação social, e aos projetos que colaboram com a construção de cidades mais justas e saudáveis para todas e todos.

 

 

Em participação na mesa de abertura, a Deputada Federal, Dandara Tonantzin, reforçou a importância de que os espaços sejam ocupados por todas e todos. “A luta que travamos hoje é pelo direito à cidade, e este é um processo que tem como objetivo o direito de habitar, usar, lutar, produzir, governar e desfrutar desses locais de forma mais educativa”, afirmou. Dandara que faz parte da luta em combate ao racismo, afirma que o “racismo estrutural e estruturante reforça e divide em pilares de opressão as desigualdades”, em referência às mulheres, negros e negras, indígenas, membros da comunidade LGBTQIA+, e demais grupos que são diretamente atingidos pela falta de coletividade. A Deputada ainda vê como parte do dever de órgãos públicos e da sociedade a busca pelo direito aos espaços, pois “o espaço público precisa, realmente, se tornar público”.

 

Arq. urb. Flávia Nacif

 

Em seguida, a professora e arquiteta e urbanista, Flávia Nacif, trouxe para o debate o formato de como a profissão é ensinada dentro das universidades e que de certa forma não abrange toda a coletividade. Como alternativa, propôs estratégias que possam pensar em edifícios e cidades que contemplem a diversidade dos corpos, etnia, gênero, classe e sexualidade. Para a educadora, “nós, enquanto sociedade, não estamos produzindo espaços que promovam a equidade, por isso a importância de representantes da diversidade e de perfis na política institucional”. Ao citar autores que analisam a história da arquitetura e a criação de mundo, a mentora afirma que “viemos de uma percepção totalmente masculina, onde o espaço da mulher foi designado para ser em casa, mais especificamente na cozinha e do homem, na cidade”. Como solução, Nacif apresentou possibilidades de atuação junto a intervenção urbana, na tentativa de promover maior seguridade às mulheres e aos grupos que se sintam reprimidos; a promoção de arquitetura na periferia, com capacitação e construção dos locais; pensar nos critérios de mobilidade urbana com ênfase na tratativa de assédio no transporte público e segurança, por meio de ações educativas.

 

Bella Gonçalves, Deputada Estadual (PSOL-MG)

 

Já a Deputada Estadual, Bella Gonçalves, iniciou sua fala reportando-se ao contexto do início da construção de Belo Horizonte e à luta de grupos sociais pelo direito à moradia, ao direito a conviver em espaços e à discussão do plano diretor atrelados à uma arquitetura contra colonial ou arquitetura de negricidade. Segundo a Deputada, “o pensamento colonial não reconhece a favela enquanto potencialidade” e, por isso, “precisamos deixar a visão hierárquica e racista, que enxerga a comunidade pela narrativa da falta, sem reconhecer e valorizar a arquitetura da presença, da cultura e história do povo”. Além da influência racial e hétero-normativa, Bella também trouxe a discussão a respeito da “arquitetura de mineração”, tendo em vista que grande concentração desse processo parte de Minas Gerais, onde o controle do espaço é transferido à economia, gerando espaços totalmente vinculados a lógica do mercado.

O debate foi mediado pela coordenadora da CTEG-CAU/AL, Josemée Lima, direcionando-o a partir de perguntas apresentadas por internautas e presentes presencialmente.

 

Conselheira Josemée Lima (CAU/AL), mediou a mesa de debate.

 

Para o CAU/MG, a qualidade do debate construído comprova a necessidade de que essa discussão seja contínua, visando a qualificação e ampliação do exercício profissional de arquitetas e arquitetos e urbanistas, tornando a profissão acessível a todos e todas.

 

Conselheira Luciana Bracarense, coordenadora da CTED-CAU/MG.

 

2 respostas

  1. No mês passado publiquei um comentário acerca deste evento. O CAU apagou o meu comentário aqui do site. Não usei (expressões, políticas ou ações que evitam ofender, excluir e/ou marginalizar grupos de pessoas que são vistos como desfavorecidos ou discriminados).

    Então qual a necessidade de manter a publicação dos comentários aqui no site
    Volto a dizer SAUDADES DE QUANDO MINHA CARTEIRA ERA DO CREA .

    1. Olá, Aline.
      Gostaríamos de informá-la que o seu comentário não foi apagado, mas sim respondido. Ele está em outra publicação, que pode ser acessada clicando aqui.
      Inclusive a resposta também foi encaminhada para o seu e-mail pessoal, pela Ouvidoria do CAU/MG, a fim de convidá-la para o evento e contar com as suas observações.

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