Evento, que aconteceu na Universidade Federal de Uberlândia, reuniu sugestões para políticas públicas
A UFU sediou, nos dias nos dias 24 e 25 de agosto, o Fórum Técnico com Virada Criativa, promovido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais (CAU/MG) com apoio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design (FAUeD/UFU).
O objetivo é sensibilizar e motivar a comunidade sobre a importância da participação no processo de planejamento e gestão da cidade e estimular o envolvimento da população nas políticas públicas relacionadas à arquitetura e ao urbanismo.
Sérgio Myssior, conselheiro do CAU/MG, destacou a participação da sociedade civil organizada, dos movimentos sociais e de luta pela moradia no evento.
Em relação às palestras, o conselheiro mencionou a participação da arquiteta Cláudia Pires, que ministrou a palestra “Arquitetura, Urbanismo e participação”, abordando a habitação de interesse social e a melhoria da qualidade de vida nas cidades.
Em outra palestra, a arquiteta e urbanista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), responsável pela formulação da proposta de criação do Ministério das Cidades, Ermínia Maricato discorreu sobre o tema “O papel do arquiteto na sociedade brasileira”.
“A professora Ermínia Maricato trouxe um retrato muito preocupante em relação ao processo de degradação, tanto da qualidade de vida nas cidades, quanto também do processo de degradação ambiental, deixando claramente para todos nós que esse modelo de desenvolvimento das cidades encontra-se completamente esgotado”, afirma Myssior.
No segundo dia, o também arquiteto e urbanista Guilherme Takeda ministrou a palestra “Ideias e soluções para a cidade de Uberlândia”.
Em relação a Uberlândia, que fará 129 anos no dia 31/8, Sérgio Myssior observou que talvez ela se encontre em um ponto de inflexão no qual precisa se preparar para não ser uma cidade média com os problemas das grande metrópoles. “E sim uma referência de uma cidade que consiga conciliar desenvolvimento, sustentabilidade, qualidade de vida, redução das desigualdades sociais, fazendo dessa cidade uma referência, não só para cidades de porte médio, mas também para as grandes metrópoles”, observou.
Dinâmica participativa com estudantes e profissionais
O evento também contou com a Virada Criativa, uma dinâmica participativa, que objetiva envolver a população local e os estudantes para desenvolver um repertório de ideias e propostas populares para a melhoria das cidades.
Tainá Alves, aluna do curso de Arquitetura e Urbanismos da UFU, participou de um grupo que apresentou propostas na área de cultura, lazer e educação. “Eles deram para a gente a oportunidade de pensar, de criar e de desenvolver um projeto para a cidade. Foi legal porque eu nunca tinha pensado nisso em um sentido amplo. Foi uma nova visão que eu tive”, relatou.
Participando do eixo “Desenvolvimento social e econômico”, a também estudante de Arquitetura e Urbanismo Clébia Costa reconhece que o desenvolvimento econômico de Uberlândia existe e só tende a crescer. O que falta à cidade, segundo ela, é o desenvolvimento social. “A partir do momento que tenho várias empresas fortes em vários setores em Uberlândia e não proponho a igualdade social, estou criando uma sociedade injusta”.
Um dos problemas da cidade de Uberlândia apontado pela aluna está na criação de bairros afastados com o aumento do perímetro urbano. “Nós precisamos trazer a cidade de novo para dentro do perímetro. Ela está crescendo muito nas franjas e deixando espaços vazios muito grandes. Sem essa readequação da cidade, não vamos conseguir promover a igualdade social”, sustenta.
“A Uberlândia que queremos”
As sugestões foram reunidas em um único volume e entregue à Prefeitura Municipal. Uberlândia é a segunda cidade de Minas Gerais a receber a Virada Criativa. A primeira foi Montes Claros. As próximas são Belo Horizonte e Juiz de Fora.
Via: UFU (com modificações)
Clique aqui e baixe o Caderno de Propostas da
Virada Criativa para a cidade de Montes Claros